Foto by Lu (@lidosdalu)
Sempre que leio alguns livros que considero geniais, excelentes e fundamentais, fico pensando “Poxa, deveria ser leitura obrigatória”. Imagino todos lendo e discutindo o conteúdo das obras. Aprendendo e disseminando o aprendizado uns com os outros e a possibilidade de que isso aconteça me deixa feliz.
Ao concluir a leitura de “Mulheres, raça e classe” tive essa sensação. Queria compartilhar com o mundo o poder destes ensaios. Desejei que ele despertasse no leitor a empatia com o papel histórico e fundamental que as mulheres negras tiveram ao longo do tempo, mas que foram apagados do cotidiano e das rodas de conversas e debates.
A luta pela dignidade e reconhecimento de mulheres negras na sociedade apresentada por Angela Davis é pautada no preconceito e estigma aos quais estas mulheres foram submetidas. Com um olhar crítico e fundamentado em registros históricos, a autora mostra o quanto é necessário entender o ponto de vista do outro para alcançar uma sociedade mais justa.
Em tempos em que direitos são retirados, ideias totalitárias são perpetuadas e pensamentos extremistas insistem em prevalecer, ler e estudar sobre assuntos como os que Angela Davis aborda neste livro é mais do que importante, é vital. Leitura mais que recomendada para tempos sombrios e obscurantistas.
SINOPSE: Mais importante obra de Angela Davis, \”Mulheres, raça e classe\” traça um poderoso panorama histórico e crítico das imbricações entre a luta anticapitalista, a luta feminista, a luta antirracista e a luta antiescravagista, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher. O livro é considerado um clássico sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe. A perspectiva adotada por Davis realça o mérito do livro: desloca olhares viciados sobre o tema em tela e atribui centralidade ao papel das mulheres negras na luta contra as explorações que se perpetuam no presente, reelaborando-se.