O Candombe é um ritual de canto e dança originalmente religioso, que ocorre em Minas Gerais e se completa com a presença de instrumentos sagrados (existem três tambores específicos: um puíta – espécie de cuíca rústica em madeira; e um guaiá – chocalho de cipó trançado sobre cabaça, contendo contas de lágrimas de Nossa Senhora (espécie de miçangas) ou sementes similares). Os sons e cantos são mais das vezes misteriosos, configurados de acordo com uma linguagem simbólica que remete aos enigmas sagrados e estabelece uma crônica dos acontecimentos que marcam a vida dos grupos responsáveis pelo ritual. A dança consiste em movimentos da pessoa que está conduzindo o conto em determinado momento. Não há formação especial dos acompanhantes para indicar uma coreografia coletiva. Vez por outra, dois dançantes contracenam diante dos tambores. Os gestos se tornam circunstanciais dependendo da criatividade do dançante e das evocações do canto, cujas palavras o corpo republica ou não. Pode-se dizer mesmo que o candombeiro dança para os tambores, movendo-se em direção a eles, ora aproximando-se, ora recuando; o corpo se contorce em direção ao chão e se eleva, alternadamente: essa é a linha motriz da dança no Candombe. O ritual, em certa perspectiva, é também uma dança comandada pelos tambores e a eles dirigidas.
Multimídia:
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- Artigo: A memória na palavra. Notas sobre a linguagem simbólica e a oralidade no ritual do Candombe em Minas Gerais – Professor Edimilson de Almeida Pereira
- Resenha: Os tambores estão frios: herança cultural e sincretismo religioso de Candombe, de Edimilson de Almeida Pereira
- Dia do Candomble em Montevidéo
- Ouça Candombe
- Documentário Candombe de Minas Gerais – Parte I
- Documentário Candombe de Minas Gerais – Parte II
- Documentário Candombe de Minas Gerais – Parte III